quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Voz

Gasto aqui minha última voz
A voz mais egoísta
A voz que ninguém ouve
É a voz que fala mais alto.
A voz que grita um nome
Através de milhas e milhas.
A voz que pede ajuda
A voz que sente dor
A voz solidificada que escorre da pena,
A voz que sem pena, canta e conta
O que a outra voz não fala.


Gasto aqui minha última voz
A voz que profana meus segredos
Que exuma minhas culpas
E expõe meus pecados.
A voz sem dó, que aparece
Apenas quando estou só.
A voz que habita em mim,
Que não controlo e exorcizo
A voz que não é minha,
A voz da poesia.

Danilo Otoch.

Um comentário: