De tanto que andei descalço, com os pés na terra
Que de minhas unhas e solas estenderam-se raízes
Fixando-me ao solo.
De tanto que fiquei imóvel, preso a minhas novas raízes
Que meu corpo enrijeceu-se, minhas juntas viraram nós
E minha carne madeira.
De tanto que os ergui, meus braços viraram galhos
E de meus dedos saíram ramos,
Imortalizando meu agradecimento.
De tanto que fiquei exposto ao sol e chuvas
Que meus cabelos viraram folhas
E pássaros foram lá fazer seus ninhos.
De tanto que amei, meus amores viraram flores
E meu sémem, frutos. O meu sangue agora é seiva,
Minha pele é casca e eu sou árvore.
Danilo Otoch.
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