segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O corpo do Poeta.

As mãos do Poeta não são aquelas que machucam
 Mas sim as que descrevem e afagam.
As palavras do Poeta não são aquelas que agridem
Mas sim as que enlevam.
Os olhos do Poeta não são os que choram
Mas sim os que contemplam mesmo cegos.
O coração do poeta não é aquele que retém
Mas sim o que dá.
A cabeça do Poeta não é apenas pensamento
O tronco do Poeta não é apenas movimento
O viver do Poeta não é apenas sentimento
Mas todo tempo do Poeta é apenas um momento.
As pernas do Poeta não são aquelas que se cruzam
Mas sim as que caminham pelo mundo como tigres
Levando o corpo do Poeta junto, preso as próprias presas
A Poetar.

Danilo Otoch.

À Jorge Luis Borges.

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