segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Posse

Mesmo o mais profundo dos mares
Bate em costas.
Em minhas costas não tão largas,
Batem mares bem mais profundos
Do que poderiam.


Mas não há dor.
Só há uma distancia entre os outros costados
Igual ao mar que nos aflige.
A água salgada que respinga em meus lábios
Trazendo-me sede,
E os restos de outras vidas que os mares carregaram
Para deitar enfim em mim.
Garrafas com pequenas mensagens
De náufragos de si mesmos.



Enquanto isso minhas costas suportam todo o peso
Do sol, do mar profundo e dos pés
Da recem chegada descobridora,
Que com um olhar avalia a extensão de seus domínios,
 E que sorri enquanto toma posse.

Danilo Otoch

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