quinta-feira, 4 de novembro de 2010

É inevitável.

Do que adiantam olhares desviados,
E mãos nos bolsos?
Do que adiantam banhos frios
E pensamentos honrosos?
Do que adiantam irmãos mais novos
E cinemas a três?
Do que adianta o temor do beijo,
Se nada pode deter sua chegada?


Seria necessário um veneno mais forte,
Um que ao exterminar o amor
Exterminasse também a vida,
Já que não adianta cegar os olhos
Ou cortar fora as mãos.
Ainda assim se ama, com tudo o que resta,
Cegos ou não.
É inevitável.

Danilo Otoch.