domingo, 17 de outubro de 2010

Branco poema de saudade negra

Tenho saudade de seu jeito extenuado de ser,
Envolta em sua branca pele de sedosidade perigosa.
Dos seus olhos tristes, do seu jeito de meio olhar.
Lembro-me do brilho de seus olhos
Como se duas lágrimas lá estivessem presas
Desafiando a gravidade de toda situação.
De sua boca entraberta, calada de fala
Mas repleta de suspiros e sentimentos íntimos.
De sua carne firme e amena encostada na minha,
De seu cobertor de cabelos a proteger-me
Do frio da solidão.

Cego que fiquei,
Pela luz que emanava do nosso leito
Não percebi sua saída.

Agora tenho saudade,
Por sentir-me toda dentro de mim
Por sentir-me todo ausente de ti.

Danilo Otoch.

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