sexta-feira, 11 de março de 2011

Semblante.

Onde esta minha verdadeira face?
Eu não era assim.
Não tinha esse rosto e esses olhos,
Não tinha essas rugas
Nem esse vinco de preocupação eterna
Em minha testa.
Onde estarão meus sorrisos
Que um dia já foram fartos?
Meus lábios nunca foram tão duros
Nem meus olhos tão baços,
Tão cheios de lágrimas.
O que me aconteceu?
Tornei-me mais um daqueles semblantes
Em desespero, que flutuam entre
Ombros caídos
Arrastando os pés em um caminho
Sem sentido?
Quanto mais desse tempo lento
Será necessário para meu resgate,
Para meu retorno?
Já que tudo se resume em tempo
E bem pouco de esperança.

Todo o resto que sobra, são apenas os motivos.

Danilo Otoch.

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